A implementação da beSPECIAL requer um conhecimento profundo das metodologias utilizadas nas universidades, para apoiar os alunos com dislexia, durante o processo de ensino-aprendizagem e o estudo, a fim de avaliar como a BE-SPECIAL pode melhorar a inclusão dos alunos disléxicos. Além disso, uma análise mais pormenorizada permite compreender as diferentes abordagens utilizadas, com base nas diferentes culturas e nos diferentes níveis de gravidade da patologia. Esta análise prévia representa os aspetos fundamentais do Resultao Intelectual 2.

Os potenciais beneficiários principais do BE-SPECIAL são obviamente os alunos, que vão dispor de uma ferramenta inovadora de e-learning para estudar e enfrentar menos dificuldades na Universidade. O pessoal docente também será beneficiado, uma vez que vai ter à disposição uma ferramenta de apoio útil no ensino, uma metodologia padronizada que promove o aumento do potencial dos alunos. Um programa de formação ad hoc, concebido em ToT e testes C1 (atividade 1 de formação transnacional), vai permitir aumentar a sensibilização do pessoal académico para as necessidades dos alunos disléxicos. Além disso, os departamentos responsáveis pela inclusão dos alunos disléxicos vão dispor de um instrumento adicional para eliminar as diferenças entre os alunos. 

Já foram feitos vários esforços para ajudar os alunos com dislexia, proporcionando métodos adaptados de e-learning. Contudo, estes esforços destinaram-se apenas às crianças do ensino básico; no entanto, não foi proposta nenhuma ferramenta online, baseada na IA, para as universidades, mas a inclusão dos alunos com dislexia no ensino superior é uma questão importante a resolver. Assim, os dois principais fatores inovadores são: a inovação intrínseca de uma plataforma de e-learning para o aluno disléxico e a utilização da inteligência artificial como núcleo da estrutura BESPECIAL, como primeiro exemplo desta aplicação tecnológica para os disléxicos. A utilização da IA permitirá fornecer uma interface adaptável que apoiará os alunos durante o seu percurso universitário e em indivíduos com idades substancialmente superiores às consideradas até agora, em estudos semelhantes. Além disso, as ferramentas de educação são muitas vezes as mesmas para todos os estudantes sem considerar as diferentes e individuais tipologias de deficiência de aprendizagem, ou seja, fonológicas, superficiais e de nomeação automática rápida da dislexia. Pelo contrário, a nossa proposta permite oferecer uma metodologia de aprendizagem personalizada e tirar partido do conceito intrínseco da IA.

Os alunos com dislexia, tal como relatado na literatura, durante o seu percurso universitário, enfrentam, muitas vezes, problemas de processamento de informação, de escrita e de tomada de apontamentos. A falta de confiança leva a uma diminuição do seu desempenho. A implementação e disseminação da plataforma BESPECIAL pode ser eficaz na criação de oportunidades iguais para os alunos disléxicos de frequentarem o Ensino Superior. De facto, tal ferramenta pode garantir uma melhor acessibilidade às aulas e uma gestão mais apropriada da informação e dos apontamentos durante as aulas. Além disso, é plausível que os alunos avaliem positivamente a abordagem de ensino, que vai além dos formatos tradicionais, uma vez que podem aceder a materiais de estudo em múltiplos formatos, de acordo com as suas necessidades. A BESPECIAL pode também incentivar e motivar os alunos através de testes específicos implementados no Resultado Intelectual 1. Como impacto final, acreditamos firmemente que a utilização do BESPECIAL permite melhorar a inclusão social e cultural dos alunos disléxicos com uma mudança na sua perceção e reforçar a sua motivação, com um impacto positivo no seu percurso académico e profissional.

O BESPECIAL caracteriza-se pela sustentabilidade e trasferibilidade que vai permitir difundir essa abordagem às universidades nacionais e internacionais, com modificações específicas de acordo com as diferentes línguas. Os algoritmos implementados para a IA foram escritos para permitir a adaptação a diferentes línguas e áreas de ensino. Além disso, pode ser útil salientar que o BESPECIAL será criado para alunos com dislexia; contudo pode ser facilmente transferido, em estudos posteriores, para ser utilizado por alunos com discalculia e disgrafia. Finalmente, este método, utilizado para resolver problemas que os alunos com dislexia encontram durante a universidade, pode ser transferido para formação e ambiente de trabalho.